segunda-feira, maio 26, 2008

Santo "Ecuménico" II - Santa Catarina de Siena

Caríssimo leitor, após ter lido há algum tempo este artigo num outro blog e atiçado pelas falsidades de certos comentários que se lêm nos bolgues da defesa do catholicismo, resolvi partilha-lo consigo. Este artigo vai contra a falsa ideia de que nas outras "fés" existe Deus e «o Espírito actua para além das «fronteiras» da Igreja «nominal»» (Alef, in comentário sobre "A Verdadeira Caridade Cristã" do blog da Tradição Católica").

Esta grande Santa vai mais longe e diz que QUALQUER pecador sem Fé são obras mortas devido à ausência de Charidade. Eis o artigo:



Da mesma maneira como a verdade é conhecida na luz da fé, assim a mentira e a ilusão brotam da falta de fé. Os pecadores, ao atingir a idade da razão não exercitam a fé, nem praticam o bem na vida da graça, mas geram obras mortas. Suas ações, praticadas em estado de pecado, sem a iluminação da fé, são obras mortas. O pecado mortal priva o homem de Deus, Sumo Bem, ao tirar-lhe a graça. Por isso, a fé dos pecadores é uma fé morta. Não possuem as obras, e as que possuem não merecem a vida eterna, devido a ausência de caridade. Assim mesmo, eles devem praticar o bem, com ou sem graça. Toda boa obra será remunerada, como todo mal terá seu prêmio. Quando praticada no estado de graça, a boa obra merece o céu; quando feita em pecado, embora sem merecimento, terá sua paga de várias maneiras: umas vezes, Deus concede vida mais longa ou inspira a seus servidores contínuas orações em favor, com o que tais pessoas se convertem, outras vezes, em lugar de vida mais longa e das orações, concede bens materiais. Neste caso, os pecadores são como animais de engorda para o matadouro. Se recusam converter-se através dos meios acima citados, com que os chamo, vida mais longa, preces, Deus recompensa o pouco de bem que fazem; Dá-lhes bens temporais, com os quais “engordam”. Não havendo mesmo conversão, vão para o inferno.
***
Vejamos o que diz o Catechismo:

§162 A fé é um dom gratuito que Deus concede ao homem. Podemos perder este dom inestimável; São Paulo alerta Timóteo sobre isso: 'Combate... o bom combate, com fé e boa consciência; pois alguns, rejeitando a boa consciência, vieram a naufragar na fé" (1Tm 1,18-19). Para viver, crescer e perseverar até o fim na fé, devemos alimentá-la com a Palavra de Deus; devemos implorar ao Senhor que a aumente; ela deve "agir pela caridade" (Gl 5,6), ser carregada pela esperança e estar enraizada na fé da Igreja.

E continua:

§1814 A fé é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que nos disse e revelou, e que a Santa Igreja nos propõe para crer, porque Ele é a própria verdade. Pela fé, "o homem livremente se entrega todo a Deus. Por isso o fiel procura conhecer e fazer a vontade de Deus. "O justo viverá da fé" (Rm 1,17). A fé viva "age pela caridade" (Gl 5,6).

§1856 O pecado mortal, atacando em nós o princípio vital, que é a caridade, exige uma nova iniciativa da misericórdia de Deus e uma conversão do coração, que se realiza normalmente no sacramento da Reconciliação.
***
Ora se a Igreja Catholica Apostolica Romana diz : «Extra Ecclesiam nulla salus (fora da Igreja não há salvação)» e o catechismo afirma que devemos crer o que a "Santa Igreja nos propõe a crer, porque Elle é a propria verdade", então que "Espirito" é esse que assopra "para além das «fronteiras» da Igreja «nominal»"?

Mesmo que um protestante validamente baptizado peque como se justificará? Se a falsa igreja dele condena o sacramento da Reconciliação, como pode o Espirito Santo habitar nele, se eles são os primeiros a rejeitá-Lo?

Por Deus querer dar a salvação eterna a todos, Elle fundou a Sua Santa Igreja em São Pedro e instituiu sete Sacramentos necessários para a salvação do genero humano:
embora nem todos saom necessarios para todos, a saber: Baptismo, Confirmação, Eucaristia, Penitencia, Extrema Uncção, Sanctas Ordens, e Matrimonio; e que conferem graça, e que destes, Baptismo, Confirmação, e Sanctas Ordens não podem ser repetidos sem sacrilegio (Credo de São Pio V)

Melhor figura faziam se pregassem a Palavra de Deus que salva, em vez da palavra da mentira.

9 comentários:

Anónimo disse...

Pois é Agnus. O grande problema do Alef é interpretar tudo segundo a lógica modernista e recusar-se a ver a verdade. É de facto pena..

Guerra às nefastas e progressistas ideias do Alef e não à pessoa do Alef!

Agnus disse...

Deixo claro que não tenho nada contra o Alef a não ser, obviamente, o seu discurso escuro que não se percebe se diz o bem ou o mal.

Apenas citei o nome Alef no post para dar a conhecer o autor da frase. Isso pode ser uma atenuante ou uma agravante, depende de quem realmente ele for.

Alef disse...

Caro Agnus:

Não consigo compreender essa tentativa de «engaiolar» o Espírito Santo a um espaço que se confina à pertença explícita/nominal à Igreja Católica. Insistir em que o Espírito Santo não actua de modo nenhum sobre os não-católicos:

a) constitui um pecado contra o Espírito Santo;

b) vai contra a fé e Tradição da Igreja;

c) é um absurdo teológico.

Um pouco mais explicadamente:

a) Um pecado contra o Espírito Santo, porque, como no caso dos fariseus (cfr. Mt 12:24), se trata de um fechar-se completamente ao reconhecimento da acção de Deus que, como explicarei mais uma vez, não se confina aos explicitamente católicos;

b) Vai contra a fé da Igreja. Em primeiro lugar, porque Deus, como criador, não é um mero demiurgo, que organizou um mundo num passado mais ou menos mítico e que depois abandonou a sua criação. O mundo, o homem e todas as coisas continuam a ser criados em cada momento, pelo que Deus habita continuamente em todas as criaturas, em cada momento, dando-lhes o ser e o subsistir. E onde habita Deus, aí actua, porque a sua presença é operativa. Deus habita e actua, evidentemente, também nos não-católicos, dando-lhes o ser e o subsistir e também amando-os e inspirando-os ao bem. É o Espírito Santo Quem os move à conversão. Negar isto significa uma heresia de todo o tamanho (vide, por exemplo, Denzinger75 e 79)! Em segundo lugar, a Tradição da Igreja está repleta de ensinamentos que reconhecem a acção de Deus também nos não-católicos. Já referi a doutrina das «sementes do Verbo», entre outras coisas. Basta ver um pouco da Patrística, estudar um pouco.

c) É um absurdo, porque, em última análise acaba por virar-se contra outros aspectos essenciais dessa tese. Já referi isto no blogue da Magdalia, mas insistirei, desenvolvendo um pouco, a ver se isto fica um nadinha mais claro:

- primeiro: se o Espírito Santo não actua de nenhum modo nos não-católicos, como pode existir a conversão de um não-católico? Se não é pela acção do Espírito Santo que um não-católico se converte, pela acção de quem se dá tal conversão? Certamente não dirá, como os fariseus, que é «pelo poder de Belzebu» que se convertem… Já viram que é neste mesmo contexto que Jesus fala do pecado contra o Espírito Santo, imperdoável? Explique-me, por favor, como se dá a conversão de um não-crente sem a acção do Espírito Santo! Ora, se a conversão se dá por acção do Espírito Santo, antes mesmo de o convertido se tornar católico, não significa isto que é falsa a vossa tese? É ou não verdade que a Bíblia está repleta de exemplos que atestam esta acção do Espírito?

- segundo: se a Igreja reconhece que [quase todos] os protestantes são validamente baptizados, e, como tal, professam a fé em Jesus Cristo, e se S. Paulo diz que «ninguém pode dizer: “Jesus é Senhor”, senão pelo Espírito Santo», põe-se a questão: ou a Igreja se engana em reconhecer os protestantes são cristãos ou então temos aqui mais um exemplo que mostra que o Espírito Santo actua também entre os não-católicos;

- terceiro: a vossa tese implica também conclusões absurdas quando pensamos no caso da Igreja Ortodoxa, cujos sacramentos a Igreja tem reconhecido como válidos. Se, como diz a Magdalia, o Espírito Santo apenas actua entre os católicos, como podem os sacramentos da Igreja ortodoxa ser válidos?

- quarto: já referi no blogue da Magdalia a questão dos rebaptizados. Um baptismo válido imprime carácter e é acção de Jesus Cristo, no Espírito Santo. Em si mesmo, tal baptismo, mesmo não sendo no interior da Igreja Católica, é uma acção de Deus. Logo, temos mais um exemplo de que Deus actua fora da pertença explícita da Igreja Católica. Ilustro isto com um extracto da famosa «Carta Desiderabilem mihi», compilada em Denzinger 296-a:

«En esto guarde tu caridad la antigua costumbre de la Iglesia, a saber que quienquiera ha sido bautizado en el nombre del Padre y del Hijo y del Espíritu Santo, no es lícito en modo alguno rebautizarlo, pues no percibió el don de esta gracia en nombre del bautizante, sino en el nombre de la Trinidad». Y manténgase lo que dice el Apóstol: Un solo Dios, una sola fe, un solo bautismo [Eph. 4, 5].

O texto diz claramente que quem recebeu o baptismo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo recebeu «o dom desta graça» «em nome da Trindade». Embora a carta responda a casos concretos em que os ministros do baptismo são indignos, ela refere a antiga tradição da Igreja de não rebaptizar os baptizados por hereges. Logo, e mais uma vez, Deus não actua apenas nos católicos. A ser levada a sério, a vossa tese, significaria que não haveria nenhum sacramento válido fora da Igreja Católica. Aliás, teria sido absurdo o estudo pedido por um papa no século XIX sobre a validade das ordenações dos pastores anglicanos: se não são católicos e se, como diz a Magdalia, o Espírito Santo não actua senão nos católicos, não estaria logo resolvida a questão?

- quinto: se o Espírito Santo não actua senão nos católicos, como podem ser os não-católicos ser acusados de resistirem ao Espírito Santo ou de CULPA pela sua não-catolicidade? Se não têm culpa, existe neles pecado? Ora, assim «se vira o feitiço contra o feiticeiro», mostrando o absurdo dessa posição: se o Espírito Santo não actua senão nos católicos, os não-católicos não têm culpa de não o serem, logo podem salvar-se... Quanta confusão…

Vai continuar a defender que o Espírito Santo apenas «sopra» sobre os católicos, que não existe qualquer acção de Deus senão nos católicos? Mas não se dá conta do absurdo desta posição, que nada tem de católico?

Outros apontamentos soltos:

a) A Magdalia nega que exista algum bem entre os não-católicos, porque Deus, que é Amor, estaria apenas no interior da pertença explícita à Igreja Católica. Tendo em conta que uma acção não é nunca neutra e que se nela há ausência absoluta de bem constitui em si mesma um pecado, vemos que a afirmação da Magdalia é muito próxima da de Miguel de Baio, que dizia: «Todas as obras dos infiéis são pecados, e as virtudes dos filósofos são vícios». Ora, esta afirmação foi expressamente condenada pela Bula Ex omnibus afflictionibus (1 de Outubro de 1567), por S. Pio V (cfr. Denzinger 1001-ss; no caso, nº 1025).

b) Em Denzinger 1038 condena-se outra proposição do mesmo autor, bastante parecida às que tenho visto escritas no blogue da Magdalia: «Todo amor de la criatura racional o es concupiscencia viciosa por la que se ama al mundo y es por Juan prohibida, o es aquella laudable caridad, difundida por el Espíritu Santo en el corazón, con la que es amado Dios [cf. Rom. 5, 5].»

c) Mais: a ideia de que não existe amor fora da pertença explícita à Igreja Católica está implicitamente condenada na condenação do Sínodo de Pistóia. Veja-se a Constitituição Auctorem Fidei, de 28 de Agosto de 1794 (Denzinger 1501-ss), especialmente a condenação das «teses» sobre o «duplo amor»:

«Del doble amor [De grat. § 8]

[D-1523 23.] La doctrina del Sínodo sobre el doble amor, de la concupiscencia dominante y del amor dominante, que proclama que el hombre sin la gracia está bajo el poder del pecado y él mismo en ese estado inficiona y corrompe todas sus acciones por el influjo general de la concupiscencia dominante; en cuanto insinúa que en el hombre, mientras está bajo la servidumbre o en el estado de pecado, destituido de aquella gracia por la que se libera de la servidumbre del pecado y se constituye hijo de Dios, de tal modo domina la concupiscencia que por influjo general de ésta todas sus acciones quedan en sí mismas inficionadas o corrompidas, o que todas las obras que se hacen antes de la justificación, de cualquier modo que se hagan, son pecados - como si en todos sus actos sirviera el pecador a la concupiscencia que le domina --, es falsa, perniciosa e inductiva a un error condenado como herético por el Tridentino y nuevamente condenado en Bayo, art. 40 [cfr. Denzinger 817; 1040].»


Em suma, julgue quem quiser, porque o ambiente de hostilidade generalizada contra mim me leva a calar algumas considerações mais sérias. Chamo apenas a atenção para os perigos do crescente radicalismo, fruto de uma afirmação pela negativa, que é mais ideológica que doutrinal e teológica.

Alef

Alef disse...

Caro Agnus:

Esqueci-me de dizer uma coisa: o mais incrível nisto é que os textos que cita, longe de anular o que eu digo, corroboram!

Quanto ao axioma «Extra Ecclesiam nulla salus», ele não significa que apenas se salvam os que forem nominalmente católicos, mas que todos os que se salvam pertecem de alguma forma à Igreja Católica. Assim, longe de se afunilar o número dos que se salvam, alarga-se misteriosamente o âmbito da Igreja. A tese de que apenas os que forem explicitamente católicos se salvam já foi condenada pela Igreja.

Alef

Agnus disse...

Salve Maria!
Mãe Prudentíssima, Rogai por nós.

Caro Alef, continue o seu monólogo.

Mas em lado nenhum eu disse que o "Espírito Santo não actua de modo nenhum sobre os não-católicos".

Por acaso não lhes dá Ele graças para se converterem à Sua Santa Igreja?

Não é isto que Santa Catarina de Sena diz? Que Deus dá graças a todos para que se convertam?

Mas depois, alef, lá acordaste e disseste:

"o mais incrível nisto é que os textos que cita, longe de anular o que eu digo, corroboram!"

Claro que corrobora, porque em lado nenhum eu disse, patrocinei ou publiquei aquilo que inicialmente disseste.

Ainda te ajudo: eu não nasci católico, tal como tu.
Nasci sim, numa família que me deu educação católica. Se o Espírito Santo não actuasse nos não-católicos, jamais eu poderia ser baptizado...
::::::

Se os protestantes porfessassem a Fé de Cristo seriam Católicos Apostólicos Romanos. Os protestantes professam a sua propria fé, a sua fé pessoal porque têm a sua interpretação pessoal "soprada" pelo Espírito.Por isso se desiganm os protestantes de Luteranos os que principalmente seguem a fé de Lutero, Calvinistas os que seguem a fé de Calvino, etc.

Alef, mais terei bastante gosto em falar sobre o escreves, mas isso dá matéria para um novo artigo.

Alef disse...

Caro Agnus:

Que surpreendente, o teu texto!...

1. Primeira surpresa: classificas depreciativamente o que escrevi de «monólogo»… Mas respondes-lhe e terminas dizendo que terás muito gosto em falar do que escrevo…

2. Segunda surpresa. Dizes:

«em lado nenhum eu disse que “o Espírito Santo não actua de modo nenhum sobre os não-católicos”».

Ora bem, mas que surpreendente! Repara no que escreveste no «post»:

«Este artigo vai contra a falsa ideia de que nas outras "fés" existe Deus e «o Espírito actua para além das «fronteiras» da Igreja «nominal»» (Alef, in comentário sobre "A Verdadeira Caridade Cristã" do blog da Tradição Católica")»

Mas estamos a brincar?

Negas ter dito que «o Espírito Santo não actua de modo nenhum sobre os não-católicos», mas afirmas ser falsa a ideia de que «o Espírito actua para além das «fronteiras» da Igreja “nominal”»?

Em que ficamos, afinal?

Se não negas que o Espírito Santo actua também nos não-católicos, estamos de acordo nesse ponto, não te parece? Então, que tem de falso a minha tese?

Alef

anónimo disse...

Ai.... agora o Alef deu em panteísta LOlolo

Isto já dá para rir... Psiquiatra com ele.

anónimo disse...

"se a Igreja reconhece que [quase todos] os protestantes são validamente baptizados, e, como tal, professam a fé em Jesus Cristo"

MENTIRA

anónimo disse...

grandes confusões que aqui vão ...

"a) Um pecado contra o Espírito Santo, porque, como no caso dos fariseus (cfr. Mt 12:24), se trata de um fechar-se completamente ao reconhecimento da acção de Deus que, como explicarei mais uma vez, não se confina aos explicitamente católicos;"

Ao reconhecimento da acção de Deus...

O objecto perdeu-se.

É abusivo o tratamento de "acção do Espírito" que muitas vezes cai no inanimismo da alma. Não é possível a conversão de um protestante, por exemplo, de não for por meio da Igreja, seja pela boca dos seus fieis, seja pelo testemunho etc...

Contudo não há conversão sem haver de certa forma uma adesão de Fé, ou seja, que converso tenha abandonado posições e crenças erradas aderindo às verdades. Não se pode separar a Fé, que tem como objecto o CONHECIMENTOS, da acção do Espírito Santo.

A recusa das verdades de Fé são um pecado contra o Espírito Santo, no fundo. O modernismo, como qualquer outra heresia, acompanham a ausência de Fé e podem ser uma negação do Espírito quando as mesmas Verdades são contumazmente rejeitadas. Seria o caso, por exemplo, de um modernista dizer que o verdadeiro Corpo de Cristo que está na hóstia consagrada é mas não é como se tal milagre não fosse um mistério e tivesse de ser cabível no limite da razão e em boa língua vernácula para se "entender".

xau vou dormir...
Não quero cá respostas.